Quarta-feira, 4 de Junho de 2008
É noite. Com a brisa do mar
reinvento aromas de incenso
que as cigarras levam a cantar.
Renasce a vida, outrora suspensa.
É noite. Milhões de estrelas a florirem
dentro das borboletas que libertei
só para dizer esta força de sentir,
igual à primeira vez que amei.
É noite. A lua molha-me os pés
sem deixar qualquer rasto de frio…
Apenas esta prece de estio:
Que nunca se apague a fogueira
de um amor que se aprende
a pulso e jamais se rende.
18-06-2001
Quinta-feira, 29 de Maio de 2008
Folhas de papel, leitos alvos
onde poisa o olhar.
A impressão das memórias aguarda
em redemoinhos de palavras inquietas,
quais árvores ansiando a primavera.
Folhas brancas que se oferecem ao sonho,
sem medo, totalmente despidas…
Mas o poeta hesita.
Suspende o voo firmemente,
como se todos os sentimentos, cores,
desejos e amores tivessem cristalizado.
É que dizer, também dói…
30-03-2004
Sábado, 24 de Maio de 2008
Quinta-feira, 15 de Maio de 2008
Naquele dia tinha tempo. Sentou-se frente ao espelho e observou o dia anterior.
Tinham-lhe dito imensas coisas. Velhas cantigas com que se embalara durante anos. Sabia-as de cor mas recusava-se a vê-las. Talvez não gostasse de deitar-se sempre com ela. Talvez estivesse demasiado cansada de todos os seus labirintos, de todas as suas formas. De vez em quando um pouco de alegria, vários dias sentidos, algumas noites tranquilas. De vez em quando, uma poesia, feliz realização da alma. Quase sempre, aquela nostalgia, quase sempre, aqueles passos perdidos.
Se olhasse bem descobriria que estava ali, que tinha tudo para ser feliz...
Que mais poderia desejar?
Um amor constante, sem quebras de intensidade?
Uma casa onde soubesse sempre onde encontrar a tesoura e as agulhas?
Será que isso poderia dar-lhe o tal final feliz?
Por quanto tempo? Até a tristeza doer demais e voltar a recolher-se no leito da saudade?
Sabia bem que nenhuma destas coisas poderia fazê-la feliz. Sabia que todas as pequenas tentativas e investimentos que fizera ao longo dos anos, tinham sido apenas grandes desilusões. Mas a culpa era dela. Acreditara demais. Pintara os dias ao sol com pinceladas de vida quente. Ao sabor do caleidoscópio, construíra as telas de um mundo diferente. E por acreditar nele com a sensibilidade da alma, concedera demasiados benefícios da dúvida. A única coisa que a salvou de um abismo ainda maior, foi o facto de não se ter deixado magoar fisicamente. Já tivera mais certezas quanto a isto mas, de qualquer modo, o que está feito está feito. Neste ponto não pode voltar atrás.
Quarta-feira, 14 de Maio de 2008
A partir de hoje publicarei algo que escrevi há muito tempo.
É uma espécie de estória que irei publicando diariamente.
Naquele dia tinha tempo. Sentou-se frente ao espelho e descobriu outra pessoa.
Não tinha bem a certeza se era ela própria ou se o oposto da sua imagem.
De qualquer forma reconhecia os traços que só nós próprios sabemos.
Tinha chegado ali, num dia qualquer. Talvez num breve momento de encanto.
Foi como se subitamente tivesse avistado um lugar para se abrigar da tempestade com o sol de outro sentir.
No coração depositou o espanto das pequenas verdades. Da verdade de uma tristeza demasiado pesada para o seu corpo frágil, da verdade de nunca ter tido um final feliz para todas as histórias que vivera, da verdade de todas as coisas parecerem fugir-lhe das mãos quando pensava que daquela vez seria diferente.
Há quem diga que temos de lutar por aquilo que queremos, há quem diga que as coisas só acontecem se formos ao encontro delas e também há quem diga que tudo é possível. Até aqui ela compreendia. Nunca tivera medo de lutar até já não poder mais. Mas nessas lutas esqueceu-se de algo que talvez tenha sido o entrave da sua vida. Esqueceu-se dela, esqueceu-se de que nessa luta em que tanto dava, recebia... o quê? E, como já alguém se interrogou vezes sem conta:
“Para quê?”
Sim, para quê?
Para que ninguém pudesse dizer-lhe que é egoísta? Para sentir o que os outros sentem?
Tantas perguntas naquela mão tão pequena! Um leque de questões para meditar quem se achar com coragem para desbravar floresta tão insólita.
Tantas perguntas sem resposta, tantos dias sem rumo. Tantas súplicas ignoradas!
(continua)
Terça-feira, 20 de Novembro de 2007
Foi bonito ver “O Senhor das Palavras” ganhar vida junto de todos aqueles que foram à Fnac.
Finalmente um sonho concretizado que, só pelo sabor da amizade demonstrada por quem lá esteve, valeu a pena.
O meu obrigada a todos os amigos de longa data e aos mais recentes também.
O meu obrigada ESPECIAL para o Luís Silva que tornou possível este sonho e fez com que fosse ainda maior e melhor.
As fotografias são poucas, mas penso que estas duas ilustram o sabor do momento.
Mais uma vez, os meus agradecimentos a todos.
Domingo, 18 de Novembro de 2007
Exposição sobre vida e obra de José Saramago em Lanzarote
Obras inéditas, manuscritos, notas pessoais, primeiras edições, traduções, fotografias, vídeos e gravações originais de José Saramago integram uma exposição dedicada a José Saramago patente na Fundação César Manrique (http://www.cesarmanrique.com/), em Lanzarote, a partir do dia 23.
A exposição, denominada «José Saramago: a consistência dos sonhos», analisará a figura do Nobel da Literatura português, «tanto na perspectiva da sua transcendência no mundo da literatura universal como da sua dimensão sociopolítica, incorporando uma visão da sua faceta vinculada ao compromisso social», informa a Fundação numa nota à imprensa.
Organizada para coincidir com os 85 anos do romancista de «Memorial do Convento», que reside em Lanzarote desde 1993, a mostra é «o resultado de uma investigação de dois anos» sobre a sua vida e obra, «não apenas desde o momento do seu reconhecimento internacional, a partir de 1982, mas também abordando períodos menos conhecidos» da sua trajectória.
A Fundação espera que o material em exposição torne possível «traçar um percurso pela vida literária do escritor, assim como explorar as chaves do seu imaginário».
No total, estarão expostos 500 documentos originais, a par de outros tantos digitalizados, em três salas: duas na sede da Fundação, em Taro de Tahíche, e a terceira num novo equipamento cultural da instituição, em Arrecife.
A nova sala, que será inaugurada no dia de abertura da exposição, terá o nome de José Saramago.
Diário Digital / Lusa
16-11-2007 12:16:52
|
Sexta-feira, 16 de Novembro de 2007
Finalmente, após vários anos na gaveta da secretária e na prancha do ilustrador, eis que veio à luz o primeiro livro.
É já no próximo Sábado, dia 17 de Novembro que estará à venda nas lojas FNAC.
"O Senhor das Palavras", autor: Isabel Rosas, Ilustrador: Luís Silva.
Se quiserem saber mais vão ter que ler...e ver...
Quarta-feira, 14 de Novembro de 2007
Grande estreia!
No próximo Sábado, dia 17 de Novembro, às 19 horas, vai decorrer na FNAC de Matosinhos a sessão de lançamento de dois livros de Luís Silva, “O Livro da Avó”. Outro livro com ilustrações da autoria do mesmo estará nesse dia nos escaparates. A sessão de lançamento será dedicada ao “O Livro da Avó”.
Agradecimentos ao Abi Feijó por se ter disponibilizado a dizer algumas palavras a respeito da obra.
É um dia importante para o Luís Silva, que vai marcar o início de uma nova fase.
Estão todos convidados.
Querem saber mais?